Numa publicação no Facebook, datada de 7 de Fevereiro, alega-se que, caso não haja “novas aquisições ou reposições”, Moçambique poderá enfrentar uma escassez de “medicamentos para HIV/SIDA”, colocando em risco a continuidade do tratamento dos pacientes.
Na secção de comentários, vários utilizadores manifestam preocupação e defendem que o Governo moçambicano deve envidar esforços para evitar a falta desses fármacos nas unidades de saúde.
Confirma-se que Moçambique dispõe de stocks de medicamentos para o HIV suficientes apenas para os próximos três meses?
Não. Em conferência de imprensa realizada na última sexta-feira, 7 de Fevereiro, e transmitida pela Televisão de Moçambique (TVM), o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, reconheceu o impacto negativo da suspensão temporária do financiamento, mas apelou à calma e garantiu que o Governo já está a negociar com os Estados Unidos da América (EUA) para reverter a situação.
“O Governo iniciou um diálogo com a representação dos Estados Unidos para reverter ou mitigar os efeitos da suspensão do financiamento, bem como para mobilizar fontes alternativas de financiamento internas e junto de outros parceiros internacionais. Também estamos a optimizar os recursos existentes e a redefinir prioridades para minimizar o impacto sobre os serviços essenciais”, afirmou Impissa.
O também ministro da Administração Estatal explicou que a suspensão do apoio norte-americano afectará não apenas a aquisição de medicamentos, mas também a disponibilidade de recursos humanos, uma vez que parte do financiamento era destinada à formação profissional de profissionais de saúde.
Impissa recordou que Moçambique tem um rácio de 18,5 profissionais de saúde para cada 10 mil habitantes, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um mínimo de 45 profissionais para o mesmo número de habitantes.
“Estamos muito distantes dessa meta e, por isso, esta suspensão determinada pelos Estados Unidos será um grande desafio para que possamos alcançá-la”, concluiu.
Embora a suspensão temporária do financiamento dos EUA possa afectar o fornecimento de medicamentos e a formação de profissionais de saúde, o Governo moçambicano não indicou que os stocks actuais de anti-retrovirais estejam limitados a apenas três meses. As autoridades garantem que estão a negociar para reverter a situação e a procurar alternativas para garantir a continuidade dos serviços essenciais de saúde.
_______________________
Avaliação do Polígrafo África: