Após a recente crise governamental em São Tomé e Príncipe, que resultou na demissão do Primeiro-Ministro Patrice Trovoada pelo Presidente da República, devido a uma “assinalável incapacidade em aportar soluções atendíveis e compatíveis com o grau de problemas existentes“, circulam publicações nas redes sociais apontando que a moeda do arquipélago é a mais fraca do continente africano.
“A dobra de São Tomé e Príncipe ocupa o primeiro lugar no ranking das moedas mais desvalorizadas de África, com 1 dólar norte-americano a valer impressionantes 22.281 dobras. Este cenário reflecte desafios económicos profundos, como inflação e dependência de importações”, afirmam várias publicações, sobretudo em grupos do WhatsApp.
Além disso, alega-se que a dobra é a única moeda dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) a figurar na lista das 10 moedas mais fracas de África.
Cálculos com base no conversor de moedas da “Forbes” e da plataforma OANDA colocam outra moeda na liderança do ranking das mais fracas de África, com desvalorizações acentuadas. Contas feitas indicam que a moeda nigeriana, a Naira (₦), ocupa a primeira posição, sendo que 1 USD equivale a 1.549 ₦. Já o Kwacha do Malawi (MWK) surge no segundo lugar do pódio, com uma taxa de câmbio de 2.000 MWK por 1 USD, enquanto o Franco ruandês (RWF) fecha o “top 3”, uma vez que 1.392 RWF correspondem a 1 USD.
Ao contrário do que afirmam as publicações virais, a dobra de São Tomé e Príncipe não é a menos valiosa do continente africano. Tal como não é a única moeda dos PALOP a figurar no ranking. O kwanza angolano (AOA) também está presente na lista das 10 moedas mais fracas do continente. Com uma taxa de câmbio de 912 AOA/USD, o Kwanza registou uma desvalorização de 10,68%, ocupando a quinta posição do ranking.
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Avaliação do Polígrafo África:
