“Músico angolano Sam Mangwana classificado Património Mundial da Humanidade devido à sua contribuição para a música em todo mundo”, é a alegação descrita numa imagem que recentemente se tornou viral nas redes sociais, sobretudo no Facebook e em grupos do WhatsApp.
O alegado reconhecimento do músico angolano Samuel Mangwana, mais conhecido por Sam Mangwana, levou muitos internautas a aplaudir a acção. Entretanto, os intervenientes mostram-se indignados pelo facto de a suposta classificação ter sido feita por uma instituição estrangeira, reivindicando que internamente o autor dos sucessos “Pátria Querida”, “Fati Mata” e “Transberos” tem sido esquecido.
“Uma das maiores referências, um ídolo, um verdadeiro exemplo a seguir… o reconhecimento veio de fora. Aqui não toca, mas toca no estrangeiro. Grande mestre Mangwana. Uma estrada longa com muitos altos e baixos”, destaca-se na descrição do cartaz que dá corpo à publicação muito partilhada nas redes sociais.
Em reacção à publicação, outro internauta felicita o cantor pela suposta conquista, mas realça que “os de fora têm os aplausos e os reconhecimentos mais sinceros, infelizmente”.
Afinal, é verdade que o músico angolano foi considerado património mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)?
Não. A UNESCO só classificou um património mundial em Angola. Trata-se do centro histórico de Mbanza Kongo, na província do Zaire, distinguido em Junho de 2017.
Entretanto, em Julho deste ano, na 46ª Sessão do Comité do Património da Mundial da UNESCO, que contou com participação da delegação angolana, liderada pelo ministro da Cultura, Filipe Zau, foram avaliadas 22 candidaturas de novos locais para essa categoria, tendo sido analisado cinco lugares em África.
De acordo com o Jornal de Angola, o músico Sam Mangwana será homenageado pela Embaixada da República Democrática do Congo (RDC) em Angola, no dia 1 de Novembro, em Luanda, onde lhe será atribuída uma medalha de ouro pelo Mérito em Artes, Ciências e Letras, “por ser uma das estrelas vivas da rumba congolesa e devido à sua inegável contribuição para a música em todo o mundo, mas também para os valores pan-africanos e a memória africana”.
Na verdade, foi a rumba congolesa que foi inscrita na lista de património imaterial da humanidade da UNESCO, em Dezembro de 2021. Sendo assim, aplicamos o selo falso à informação que atesta que o músico angolano Sam Mangwana foi classificado património mundial da humanidade.
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Avaliação do Polígrafo África: