“Na campanha eleitoral de 2022, o então candidato do partido de regime, João Lourenço, prometeu que a refinaria de Luanda iria quadruplicar a produção da gasolina que produzia naquela época, e consequentemente, reduziria o preço dos derivados do petróleo“, escreveu o deputado da UNITA e secretário-geral da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), Nelito Ekuikui, na sua página do Facebook.
A publicação de Nelito Ekuikui surgiu em reacção à subida, nesta segunda-feira, 24 de Março, do preço gasóleo em 50%, passando um litro a custar 300 kwanzas, contra os 200 kwanzas praticados anteriormente.
“Depois de mais uma grande mentira a céu aberto, características exclusivas do regime e das suas lideranças, o mesmo alterou o preço da gasolina em Junho de 2023 que passou de 160 kwanzas por litro para os actuais 300 kwanzas. No ano passado, 2024, vimos o preço do gasóleo a disparar de 65 para 200 kwanzas por litro, e a partir de hoje, o gasóleo está a custar 300 kwanzas”, sublinhou.
Ekuikui, o homem que derrotou o MPLA em Luanda nas eleições gerais de 2022, assegurou ainda que apenas com um patriota à frente dos destinos de Angola “teremos um País onde os políticos honram as suas palavras com os actos praticados”. Caso contrário, segundo o deputado, “o peixe morre sempre pela boca”.
Mas será verdade que o preço do gasóleo disparou de 65 para 200 kwanzas em 2024?
Não. No ano passado, o Executivo, no processo de eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis, actualizou o preço do gasóleo de 135 kwanzas para 200 kwanzas por litro, representado um aumento de 48% no valor praticado.
Antes dessa alteração, o Executivo tinha aumentado, em 2016, o preço do gasóleo de 90 para os 135 kwanzas. Ao passo que a gasolina, já vendida sem subsídio, subiu de 115 kwanzas para 160 kwanzas por litro.
Para se encontrar o preço do gasóleo próximo ao apontado pelo deputado Ekuikui é necessário recuar até ao ano 2015. Nessa altura, o valor registou um aumento de 25%, subindo de 60 para 75 kwanzas. Com o preço fixado em 75 kwanzas, o Estado angolano tinha o “fardo” de subvencionar 21% do custo.
O Polígrafo África contactou Nelito Ekuikui para apurar se houve algum lapso da sua parte. O deputado da UNITA afirmou que mantém a sua posição relativamente ao texto partilhado nas redes sociais.
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Avaliação do Polígrafo: