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Nuno Carnaval: “Quando há uso excessivo de força, os agentes da Polícia são responsabilizados”

Política
O que está em causa?
Declaração proferida pelo secretário de Estado para Comunicação Social de Angola, Nuno Carnaval, durante o Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, motivou dúvidas e pedidos de verificação de factos.
© Agência Lusa / João Relvas

“Quando há uso excessivo de força, os agentes da Polícia são responsabilizados”, afirmou o secretário de Estado para Comunicação Social de Angola, Nuno Carnaval, durante o Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, no dia 23 de Janeiro.

As declarações de Carnaval sobre o quadro da liberdade de expressão e de imprensa foram proferidas no âmbito do Grupo de Trabalho do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, durante a apresentação do relatório de Angola na 4.ª revisão periódica universal, tendo então assegurado que o país “tem uma atitude aberta ao diálogo“.

Entre outras questões, o governante informou que, desde 2018 (segundo ano do primeiro mandato do Presidente João Lourenço) até 2024, os cidadãos angolanos organizaram um total de 838 manifestações.

Carnaval reafirmou a abertura do Governo para a realização de manifestações em território nacional. “Os cidadãos podem manifestar-se livremente, desde que não violem os direitos de outros e que as manifestações sejam pacíficas, respeitando a ordem pública”, sublinhou.

Mas tem fundamento a sua alegação de que em Angola “quando há uso excessivo de força, os agentes da Polícia são responsabilizados”?

O facto é que o Governo de Angola nunca assumiu publicamente o uso excessivo da força nem a sanção de efectivos da Polícia pela morte de manifestantes.

Aliás, um relatório divulgado recentemente pela Amnistia Internacional contraria as declarações do secretário de Estado angolano. Intitulado como “Promessas quebradas: Manifestantes entre gás lacrimogéneo, balas e bastões em Angola”, denuncia a violação de direitos dos manifestantes, sem que haja responsabilização dos culpados.

Nenhum dos agentes ou os seus superiores responsáveis pelas violações de direitos humanos documentadas pela Amnistia Internacional enfrentaram a justiça”, acusa-se no relatório.

De acordo com a instituição, nos poucos casos em que as autoridades prometeram investigações, como o de Inocêncio de Matos, as suas conclusões “ainda não foram divulgadas”.

Entretanto, em 5 de junho de 2023, na província do Huambo, agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) dispararam balas reais contra uma multidão que protestava contra o aumento do preço dos combustíveis, tendo resultado na morte de cinco cidadãos. Contudo, até à presente data, não houve qualquer responsabilização.

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Avaliação do Polígrafo África:

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