“O caso do Presidente Umaro Sissoco Embaló, um ex-recruta cujo papel nas Forças Armadas era apenas o de entregar processos disciplinares – agora ostenta a patente de General de quatro estrelas“, lê-se nesta publicação de Facebook, em que são igualmente referidos nomes de outras individualidades do Estado da Guiné-Bissau, cujas patentes militares que ostentam são questionadas.
Este não é o único post no Facebook em que se coloca em causa a patente militar de Sissoco Embaló. Noutro exemplo recente, além de apontar para políticos de topo que também questionam a veracidade (ou legitimidade) da patente do Presidente da Guiné-Bissau, sublinha-se que Sissoco Embaló é um capitão que, alegadamente, passou a ostentar a patente de General num determinado contexto: seria colocado no grupo dos oficiais na maior parte das vezes em que estes tivessem de reunir com oficiais militares estrangeiros, por causa do seu suposto domínio das línguas inglesa, francesa e outras.
É apenas maledicência, ou há mesmo dúvidas consistentes quanto à atribuição da “patente de General de quatro estrelas” a Embaló?
Há mesmo dúvidas. Por exemplo, nesta reportagem da RTP África, Baciro Dja, antigo ministro da Defesa e actual líder do partido Frente Patriótica de Salvação Nacional, diz não se lembrar do momento em que Sissoco Embaló ascendeu à patente de General. Aliás, o vídeo dessa reportagem tem sido partilhado viralmente no Facebook, reforçando as suspeitas em torno da patente.
Além do Presidente da República, o antigo responsável pela administração política das Forças Armadas questiona também a legalidade da patente de Tenente-General ostentada pelo actual ministro do Interior, Sandji Fati, e desafia o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Biaguê Na N’Tan, a apresentar a certificação destas graduações.
“Quero que me mostrem o documento segundo o qual Umaro Sissoco Embaló foi nomeado General. Quero que apresente o documento que prove que Sandij Fati foi escolhido pelas estruturas militares para tenente-general. Desafio [Biaguê Na N’Tan] a apresentar esses documentos. Não podemos chamar às pessoas Generais de três estrelas sem terem um quadro jurídico legal nas instituições que os promovem. Aqui está a falha. Temos de aceitar e respeitar as leis”, apela o antigo ministro da Defesa, sendo corroborado por vários outros políticos do país.
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Avaliação do Polígrafo África: