As reacções são sobretudo de descrença, ou mesmo acusações de mentira. Face a várias publicações nas redes sociais em que se destaca que os níveis de “pobreza absoluta e extrema” baixaram no ano passado em Cabo Verde, muitos internautas simplesmente não acreditam que tal seja possível.
Aliás, para colocar em causa a veracidade dessa informação, alguns remetem para este vídeo de uma intervenção da deputada Adélsia Almeida, do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), na Assembleia Nacional, em Agosto deste ano, apontando para as dificuldades económicas dos cabo-verdianos.
“Dados do Afrobarómetro estão mostrando que 16% das pessoas [cabo-verdianas] não estão a conseguir comprar medicamentos, 34% não pode comprar gás, 65% das pessoas estão sem rendimento (…). Ou seja, este Governo traz espectro de fome para as famílias cabo-verdianas“, afirmou a deputada na altura.
Confirma-se que a pobreza absoluta e extrema em Cabo Verde diminuiu no ano de 2023?
Sim. No dia 17 de Outubro de 2024, o Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde divulgou novos dados sobre a pobreza no país, informando que a pobreza absoluta passou de 35,5% em 2015 para 24,75% em 2023, o que corresponde a uma redução de 10,75 pontos percentuais nos últimos oito anos.
Quanto ao indicador da pobreza extrema, verificou-se uma redução para metade, passando de 4,56% em 2015 para 2,28% em 2023, segundo o limiar internacional de 2,15 dólares por dia e por pessoa.
De acordo com o INE, os dados revelam desigualdades entre o mundo rural e urbano. A pobreza nas zonas urbanas apresentou uma queda, de 28,08% em 2015 para 21,31% em 2023, recuo ainda mais acentuado nas zonas rurais, de 48,87% em 2015 para 35,23% em 2023.
A pobreza extrema nas áreas urbanas foi de 1,4% em 2023, enquanto nas áreas rurais foi de 4,97%. Apesar da evolução no arquipélago, as zonas rurais continuam a ser mais desfavorecidas.
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Avaliação do Polígrafo África:
