“A cidade da Beira acordou com um aparato policial jamais visto. Os cidadãos ficaram assustados com o número elevado de polícia e de tropas do exército moçambicano na rua”, destaca-se numa publicação no Facebook que gerou polémica e centenas de comentários.
Em causa estaria a visita a essa cidade, no dia 17 de Outubro, de Venâncio Mondlane, candidato nas eleições presidenciais que conta com o apoio do partido Podemos. “Parece até que todo esse aparato da força de defesa é para travar um atentado terrorista, mas é para travar uma simples marcha pacífica”, sublinha-se.
Para depois concluir: “As coisas em Moçambique estão a começar a ficar quentes.”
É verdade que o Comando da Polícia de Moçambique destacou um contingente para a Beira na véspera da visita de Mondlane?
Sim. De acordo com uma notícia do jornal “Ngani”, após os tumultos em Nampula no dia 16 de Outubro, o candidato presidencial Venâncio Mondlane chegou à cidade da Beira na quinta-feira, dia 17 de Outubro, onde foi recebido por um forte aparato policial.
O jornal refere que o presente clima de tensão política e a forte presença policial na Beira marcaram mais um capítulo na disputa eleitoral, enquanto a oposição continua a contestar os resultados eleitorais que têm sido anunciados pela Comissão Nacional de Eleições.
Por outro lado, em entrevista a vários órgãos de comunicação social, Mondlane sublinhou que a polícia tem falta de homens e meios quando o assunto é garantir a segurança, mas que acaba por ter recursos humanos e materiais para impedi-lo de se movimentar ou manifestar.
“O comandante provincial da polícia é um profissional com deficiência de relações públicas, que desconhece o papel da polícia. Isso transforma a [Polícia da República de Moçambique] PRM em um órgão partidário, ignorante da lei e dos direitos fundamentais dos cidadãos”, acusou.
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