O Presidente da República Democrática do Congo (RDC), país que faz parte do Corredor do Lobito e que está em guerra com diferentes grupos armados, chamou hoje a atenção dos seus homólogos que o sucesso da referida via férrea estará também dependente da situação de segurança e paz na região, tendo recordado a situação que se vive no seu país.
Félix Tshisekedi fez este comentário durante o encontro sobre o Corredor do Lobito, em Benguela, que juntou hoje (4 de Dezembro) à mesma mesa os Presidentes Joe Biden (EUA), João Lourenço (Angola), Hakainde Hichilema (Zâmbia) e ainda o Vice-Presidente da Tanzânia, Philip Isdor Mpango.
Após a reflexão sobre a importância da paz e segurança na região, Tshisekedi felicitou a liderança de João Lourenço pela pacificação da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e enalteceu o Corredor do Lobito como um projecto portador de esperança económica na região. “O projecto simboliza a vontade colectiva de melhorar a vida de nossas populações”, declarou.
Por sua vez, Joe Biden sublinhou que os feitos dos líderes presentes em prol do Corredor do Lobito “terá influência nos próximos 60 anos“.
“O futuro chegou. Gostava que todo mundo visse o que vi hoje. O corredor vai encurtar [o trânsito de cargas] de dias para horas”, destacou Biden, que deixou Angola esta tarde.
Por sua vez, o Presidente João Lourenço manifestou confiança sobre o futuro do Corredor do Lobito, tendo destacado que providenciou o transporte de 3,3 milhões de toneladas de cargas por ano.
Para o estadista angolano, o corredor tem uma “importância estratégica“, capaz de “ligar o Oceano Atlântico e o Índico”.
O Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, e o vice-presidente da Tanzânia, Philip Mpango, agradeceram a Joe Biden pelo financiamento e apoio de sua Administração na reestruturação do Corredor do Lobito. E também expressou confiança no sucesso do projecto.
De referir que o Corredor do Lobito é uma via férrea com origem em 1906, tendo como objectivo o controlo do fluxo e transporte de recursos minerais da RDC, da Zâmbia e ao Porto do Lobito, mantendo assim ligações ferroviárias com outros importantes portos da região.