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Província extinta de Cuando-Cubango receberá dotação orçamental de mais de 6 mil milhões de kwanzas no OGE 2025?

Política
O que está em causa?
A cisão da província do Cuando-Cubango, enquadrada na nova Divisão Política-Administrativa (DPA), está a agitar as redes sociais. Em várias publicações alega-se que essa circunscrição que foi extinta, dando origem a duas províncias distintas, ainda assim receberá uma dotação orçamental de 6,6 mil milhões de kwanzas no Orçamento Geral do Estado de 2025. Confirma-se?

Está a ser difundida nas redes sociais – do Facebook ao Instagram e WhatsApp, entre outras – uma suposta tabela do Ministério das Finanças de Angola com os montantes cabimentados para cada uma das províncias angolanas. Entre as quais se destaca a província do Cuando-Cubango, extinta com a aprovação da nova Divisão Político-Administrativa (DPA), que terá acesso a quase 7 mil milhões de kwanzas.

Nesta publicação no Facebook,  por exemplo, divulgada a 2 de Janeiro de 2025, surgem várias questões sobre incongruências patentes no documento alegadamente chancelado pelo Governo de Angola.

O autor da partilha, aliás, pergunta desde logo: “MINFIN [Ministério das Finanças], estou sem perceber: com a nova DPA [Divisão Político-Administrativa], Angola tem 21 províncias ou 22?

Num dos comentários questiona-se: “Esse dinheiro do Cuando-Cubango quem vai gastar?”

Confirma-se que no Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2025 estão previstas verbas alocadas para a província de Cuando-Cubango que já foi extinta?

Não. O OGE 2025, em execução desde o dia 1 de Janeiro, não prevê verbas para a província extinta de Cuando-Cubango.

O diploma do Ministério das Finanças reserva apenas dotações orçamentais para as duas novas províncias que foram criadas com a nova delimitação daquele território, nomeadamente Cubango – com despesas estimadas em 129,2, mil milhões de kwanzas – e Cuando – que receberá 57,8 mil milhões de kwanzas.

Em resposta ao Polígrafo África, o MINFIN esclarece que a verba de 6,6 mil milhões de kwanzas para Cuando-Cubango apresentada na Proposta de OGE 2025 foi um lapso cometido na elaboração do documento.

“Trata-se de um lapso. Mas que não vigora na versão final e já em execução”, assegura o MINFIN.

Em conclusão, aplicamos o selo “Falso, mas…” à tabela desactualizada que está a ser partilhada nas redes sociais.

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Avaliação do Polígrafo África:

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