“A graça dos representantes do Podemos que se recusaram a beber água mineral oferecida pelo Conselho Constitucional. Representantes do maior partido da oposição em Moçambique, Podemos, quando foram solicitados pelo Conselho Constitucional para dirimir certos litígios emergentes, nem sequer tocaram na água mineral por suspeita de ter sido envenenada. Mas que pena para representantes do partido Podemos que saíram numa grande sessão com lábios secos por pensarem como crianças.
Existe um ditado que diz ‘à morte não se foge’. Caso seja verdade este ditado, será que os representantes do partido Podemos fugiram da morte por não beberem a água mineral? A Frelimo é pela paz e jamais mataria uns pobres coitados que lutam pela sobrevivência por meio de saques em estabelecimentos públicos e privados nas manifestações violentas.”
O texto da publicação no Facebook refere-se à reunião realizada no dia 11 de Dezembro, em Maputo, entre a delegação do Podemos e o Conselho Constitucional, para ouvir as queixas daquele partido político relativamente ao apuramento dos resultados das várias eleições ocorridas em Moçambique no dia 9 de Outubro.
As imagens dos momentos que antecedem o início formal do encontro, com os seus participantes acabados de se sentar, permitem, de facto, perceber uma desconfiança em relação à água – engarrafada, fechada e disponibilizada a cada elemento.
No momento em que Dinis Tivane, porta-voz do Podemos, pega numa das garrafas para se servir, ouve-se a voz de alguém (que parece ser também da comitiva do partido da oposição moçambicana) que lhe lança o alerta: “Ei, não bebe essa água, não!”. E assim fez o dirigente do Podemos, voltando a colocar a água onde estava, sem a consumir.
O episódio ganhou proporções maiores quando as imagens foram divulgadas nas redes sociais e levaram mesmo Lúcia Ribeiro, Presidente do Conselho Constitucional, no dia seguinte, no início de uma outra reunião (desta vez com a Renamo), a afirmar o seguinte: “Por acaso eu só me apercebi hoje do incidente da água de ontem. Explicaram que os senhores do Podemos que estavam na ponta, o último aconselhou ao Dr. Tivane a não beber a água do Conselho Constitucional (…). Fiquem à vontade, a água do Conselho é a água da Namaacha, o Conselho ainda não tem uma fonte de água.”
Esta atitude cautelosa foi, de resto, mantida até ao final do encontro por parte de todos os intervenientes do Podemos, como se pode constatar pelo vídeo integral da reunião, percebendo-se que no final desta as águas disponibilizadas mantinham-se intactas.
Assim, é verdadeiro que os elementos do Podemos não quiseram beber as águas colocadas à sua disposição pelo Conselho Constitucional durante a reunião que o partido manteve com aquele órgão estatal.
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Avaliação do Polígrafo África: