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São Tomé e Príncipe. Antigo Primeiro-Ministro Patrice Trovoada admitiu em vídeo que o seu partido corre o risco de desaparecer?

Política
O que está em causa?
Após a demissão de Patrice Trovoada do cargo de Primeiro-Ministro de São Tomé e Príncipe, no início deste mês, um vídeo tem circulado nas redes sociais, no qual o político supostamente admite a possibilidade de o partido Acção Democrática Independente (ADI), do qual é presidente, desaparecer da arena política do país. Mas será esta uma declaração autêntica?

Em diversas publicações nas redes sociais, especialmente na plataforma Facebook, tem sido disseminado um vídeo onde Patrice Trovoada, líder do ADI, expressa preocupações sobre o futuro do partido. No vídeo, é possível ouvir a seguinte declaração: “O risco que nós temos hoje é de retrocesso, de incongruência, de aumento de autoritarismo e da corrupção. E o risco para o ADI é, de facto, de nos virmos a fraccionar e acabar por desaparecer.”

A circulação do conteúdo em causa tem gerado debates sobre o contexto e a veracidade das palavras de Trovoada, levantando interrogações sobre o futuro do partido no cenário político são-tomense.

Na legenda do vídeo alega-se ainda que Patrice Trovoada anunciou um congresso extraordinário da ADI para expulsar vários militantes do partido. “Magro, abatido, com cara de cansado, mas atitude ainda ditatorial, Patrice Trovoada envia recado aos seus seguidores e ameaça expulsar vários militantes do seu partido ADI”, lê-se no post.

O vídeo no qual Patrice Trovoada admitiu o desaparecimento da ADI é autêntico?

Sim. No vídeo divulgado na página oficial do Facebook do partido ADI, o presidente do partido e antigo Primeiro-Ministro efetivamente levantou a hipótese de a sua formação política se extinguir. Um acto que, sublinha o político, deverá surgir pelo facto de a sua força política estar a atravessar uma fase complicada: “O ADI está a atravessar um período difícil. Eu diria até o período mais difícil da sua existência como partido político. Mas o ADI [foi] o escolhido para conduzir os destinos da nação são-tomense até 2026”, referiu o antigo Primeiro-Ministro.

Recorde-se, entretanto, que o Presidente da República de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, demitiu o XVIII Governo Constitucional do país liderado pelo Primeiro-Ministro Patrice Trovoada, no dia 06 de Janeiro, por se “verificar uma “assinalável incapacidade em aportar soluções atendíveis e compatíveis com o grau de problemas existentes”.

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Avaliação do Polígrafo África:

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