“São Tomé e Príncipe recebe a segunda maior precipitação anual do mundo e a mais elevada de África, com uma média de 3.423 milímetros”, destaca-se numa publicação que tem sido partilhada nas redes sociais ao longo dos últimos anos.
Acrescenta-se também a informação de que “tem duas estações chuvosas” por ano, a saber: entre Março e Maio e entre Outubro e Novembro.
É verdade que São Tomé e Príncipe sobressai como o segundo país do mundo que regista maior precipitação?
Sim. Mas os últimos dados recolhidos pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, sigla referente à língua inglesa) remontam ao ano de 2020.
Compilados em portais de várias instituições, nomeadamente o Banco Mundial, os dados indicam que a Colômbia foi o país do mundo que registou um maior nível de precipitação média anual, com 3.240 milímetros.
Na segunda posição da tabela fixou-se São Tomé e Príncipe, de facto, com 3.200 milímetros – um valor ligeiramente inferior ao referido na publicação, o que poderá resultar de um indicador diferente, ou dados referentes a um ano anterior.
Acima da fasquia de 3.000 milímetros estão ainda Papua-Nova Guiné e Ilhas Salomão, seguindo-se Panamá, Costa Rica, Samoa e Malásia.
De acordo com informação divulgada pela FAO, as ilhas de São Tomé e Príncipe são “altamente vulneráveis às alterações climáticas devido à fragilidade do seu ecossistema e ao baixo nível de desenvolvimento socioeconómico. O país já está altamente exposto aos perigos relacionados com o clima, incluindo inundações, inundações repentinas nas costas/fozes dos rios, tempestades e secas”.
A subida média do nível do mar tem causado “grave degradação costeira, salinização, aumento da incidência de cheias repentinas que podem causar danos às actividades costeiras que são essenciais para a subsistência das comunidades ali localizadas, e áreas que concentram quase todas as infraestruturas económicas, incluindo o habitat social”.
“As projeções locais sobre a alteração da precipitação em São Tomé e Príncipe indicam um aumento da precipitação intensa“, sublinha a FAO, além de um “aumento no número de dias secos consecutivos, o que indica uma extensão da Gravana (estação seca que dura cerca de três meses) e má distribuição das chuvas na região”.
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Avaliação do Polígrafo África: