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Sociedade civil moçambicana pediu ao Presidente sul-africano para travar tomada de posse de Daniel Chapo?

Política
O que está em causa?
Numa publicação de 6 de Janeiro no Facebook, submetida ao Polígrafo África para verificação de factos, destaca-se que a sociedade civil moçambicana apresentou ao Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, um pedido para que o Chefe de Estado da maior economia da SADAC, requeira uma providência cautelar junto do Tribunal Africano visando suspender a tomada de posse de Daniel Chapo como Presidente de Moçambique, aprazada para o dia 15 do presente mês. Confirma-se?

“Providência cautelar para impedir a tomada de posse do candidato presidencial escolhido pelo Conselho Constitucional, no Tribunal Africano”, lê-se nesta publicação partilhada na rede social Facebook.

O autor da publicação alerta que o processo de responsabilização solicitado ao líder da África do Sul, deverá igualmente ser encaminhado ao Tribunal Penal Internacional.

Mas é verdade que membros da sociedade civil moçambicana remeteram um pedido ao Tribunal Africano para impedir a posse de Daniel Chapo?

Sim, o facto foi dado a conhecer pelo activista social moçambicano Wilker Dias, que, numa live em frente da “Union Buildings”, o edifício sede da presidência sul-africana, sublinhou que a petição é subscrita por diferentes activistas de seu país.

“A questão do cancelamento da tomada de posse do candidato escolhido pelo Conselho Constitucional, a penalização dos responsáveis pelas atrocidades no Tribunal Africano, mas também no Tribunal Penal Internacional, poderão fazer praticamente um revés naquela que é a história da política nacional e internacional a nível continental de África”, disse Wilker Dias, na live.

Além do vídeo, num documento subscrito pelos activistas, e a que o Polígrafo África teve acesso, a sociedade civil moçambicana apela a Ramaphosa para que não se mantenha em silêncio sob pena de a opção significar cumplicidade com o regime moçambicano.

“Desde o recenseamento eleitoral em 2023, que transitou para 2024, o processo eleitoral moçambicano foi marcado por irregularidades graves (…) A tomada de posse de um Governo cuja legitimidade é amplamente contestada, combinada com o silenciamento violento de manifestantes por meio de repressão armada, não trará estabilidade, mas sim a institucionalização de uma guerra fria“, lê-se no documento.

Na carta, a sociedade civil acusa as autoridades moçambicanas de “crimes contra a humanidade” e chama a atenção de Cyril Ramaphosa para a pressão que as fronteiras sul-africanas podem sofrer com a instabilidade generalizada em Moçambique, tendo em conta a sua proximidade.

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Avaliação do Polígrafo África:

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