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Tribunal Supremo de Angola admite falha na comunicação e adia julgamento de generais Kopelipa e Dino para 2025

Política
O que está em causa?
A mais alta instância da jurisdição comum do poder judiciário em Angola tinha agendado para a manhã desta terça-feira, 10 de Dezembro, o julgamento dos generais Manuel Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa" e Leopoldino Fragoso do Nascimento "Dino", ambos acusados pelos crimes de tráfico de influência, branqueamento de capitais, entre outros.
© Agência Lusa / Ampe Rogério

O Tribunal Supremo angolano adiou hoje para 10 de Março de 2025 o julgamento dos generais tidos como os mais influentes membros do anterior Governo do Presidente José Eduardo dos Santos. A decisão do adiamento foi anunciada pela juíza Anabela Valente, que justificou o facto com a “preterição de uma formalidade processual legal”, prevista no Código Processual de Angola. Ou seja, em explicação simples: o tribunal notificou tardiamente os arguidos.

Além do general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, antigo ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do ex-Presidente da República José Eduardo dos Santos; e do igualmente general Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, então Chefe do Serviço de Comunicação do Presidente da República, estão arrolados no processo o advogado Fernando Gomes dos Santos e o chinês You Haiming, da China Internacional Fund.

Trata-se de um processo que tem arrolado mais de 30 declarantes, entre os quais destacam-se o antigo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Carlos Feijó; o actual director do Gabinete de Estudos e Análise Estratégicas, órgão tutelado pela Casa Militar do do Presidente da República, Norberto Garcia; bem como a actual ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Ana Paula do Sacramento.

De acordo com a acusação, o general Kopelipa responde por um total de sete crimes, nomeadamente: peculato, burla por defraudação, falsificação de documento, associação criminosa, tráfico de influências, abuso de poder e branqueamento de capitais. Já o general Dino é acusado por burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa, trafico de influências, e branqueamento de capitais.

De referir que, no âmbito deste processo, os dois homens então da inteira confiança de José Eduardo dos Santos, chegaram a entregar ao Estado angolano, em 2020, vários bens e participações em empresas adquiridos alegadamente com dinheiro público.

Em nota divulgada na ocasião, a Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), fizera saber que, na qualidade de representantes das empresas China International Fund Angola – CIF e Cochan, S.A., os generais entregaram as acções que detinham na empresa Biocom-Companhia de Bionergia de Angoala, Lda., na rede de Supermercados Kero e na empresa Damer Gráficas-Sociedade Industrial de Artes Gráficas SA.

Entre outros activos entregues ao Estado incluem-se ainda fábricas de cimento, de cerveja e de montagem de automóveis, bem como os equipamentos, máquinas e móveis afectos.

Da lista dos bens constam também edifícios e vivendas na centralidade do Kilamba, além dos edifícios “CIF Luanda One” e “CIF Luanda Two”.

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