Neste vídeo de pouco mais de um minuto que já conta com mais de mil visualizações, observa-se o candidato à Presidência de Moçambique apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), Venâncio Mondlane, a prestar declarações à imprensa na rotunda da Organização das Mulheres Moçambicanas. Entretanto, a coletiva foi interrompida devido à dispersão de gás lacrimogéneo por parte da Polícia da República de Moçambique, forçando Venâncio Mondlane a fugir do local.
O incidente ocorre três dias após a dupla execução a tiro de Elvino Dias, advogado de Venâncio Mondlane, e de Paulo Guambe, mandatário do Partido Otimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS).
A marcha pacífica de hoje era, inicialmente, para ser uma greve geral, em que os moçambicanos ficariam em casa sem ir ao trabalho, como forma de manifestar insatisfação com os resultados eleitorais apresentados pela Comissão Eleitoral – mas o itinerário mudou face ao assassínio de Elvino Dias e Paulo Guambe.
As Nações Unidas (ONU) e diferentes representações diplomáticas europeias e norte-americana condenaram os assassinatos e manifestaram preocupação, face à evolução trágica da situação política, e apelaram a uma investigação rigorosa. O secretário-geral da ONU, António Guterres, foi a voz mais sonante na condenação do que se passou. “O secretário-geral expressa as suas mais profundas condolências às famílias e entes queridos das vítimas e insta as autoridades a investigarem rapidamente os assassinatos e a levarem os seus autores à justiça”, observou., em comunicado. António Guterres apelou ainda a todos os moçambicanos, incluindo os dirigentes políticos e os seus apoiantes, “a manterem a calma, exercerem contenção e a rejeitarem todas as formas de violência” antes do anúncio oficial dos resultados, das eleições do passado dia 9.
Finalmente, Guterres reiterou “a solidariedade das Nações Unidas para com o povo de Moçambique” e reafirmou o seu “apoio inabalável à paz e à estabilidade durante esta importante fase da história do país.”