Uma publicação, datada de 23 de Junho e amplamente partilhada no Facebook, garante: “Venâncio Mondlane confirma que vai tomar posse no Conselho de Estado.”
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Na secção de comentários, as reacções dividem-se. Um dos utilizadores escreve: “Eu não estou de acordo.” Outro acrescenta: “Vai tomar posse. A Bíblia diz que temos de estar perto do inimigo para conhecer os seus passos.”
Mas confirma-se, de facto, que Venâncio Mondlane assumiu que irá ocupar o cargo no Conselho de Estado?
Sim, confirma-se. O político declarou publicamente a sua decisão aos jornalistas, à saída da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Maputo, onde foi ouvido durante três horas no âmbito do processo relacionado com as manifestações pós-eleitorais.
“Mesmo que eu não quisesse, não tenho hipótese, porque nós lançámos um inquérito a que responderam 10.650 pessoas. Dessas, 80% não me aconselhou – ordenou-me a ir para o Conselho de Estado. Por isso, tenho de ir. Concordando ou não, o meu povo disse que eu tenho de ir“, afirmou Mondlane.
O político acrescentou que assume o lugar com o compromisso de trabalhar em prol do povo e revelou que já analisou em detalhe a legislação que regula o funcionamento do Conselho de Estado, tendo inclusive apresentado uma proposta de revisão.
“Li profundamente a Lei do Conselho de Estado e percebi que é uma lei totalmente desadequada, que não corresponde à natureza deste órgão. Já preparei uma proposta de revisão e submeti-a ao próprio Conselho de Estado”, afirmou.
A primeira reunião do Conselho de Estado de Moçambique, referente ao actual mandato, estava agendada para a passada terça-feira, dia 24 de Junho, mas foi cancelada por motivos de agenda, sem nova data marcada. A informação foi divulgada previamente por Venâncio Mondlane, através de um ofício.
Sobre a sua audição na PGR, Mondlane esclareceu que foi chamado a prestar esclarecimentos relativamente a um áudio que circula nas redes sociais, no qual manifesta preocupação com a segurança da sua família.
“Foi uma diligência. Colocaram um áudio e perguntaram-me se conhecia aquele áudio e se era a minha voz. No áudio, falo da insegurança da minha família em Moçambique e da minha intenção de retirar a família do país”, explicou.
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Avaliação do Polígrafo África: