“Venâncio Mondlane cancela o plano de regressar à capital moçambicana”, destaca-se nesta publicação no Facebook que conta com 6,1 mil reacções e 1,2 mil comentários. E há vários outros perfis e páginas a difundirem a mesma informação.
Para alguns internautas, a opção de Venâncio Mondlane acaba por decepcionar “alguns dos seus milhares de seguidores”, tendo em conta que, como referem, teria garantido dias antes que não teme a morte e que estaria presente na “grande marcha” que o próprio convocou, por entender que houve fraude nos resultados eleitorais apresentados pela Comissão Nacional de Eleições.
“No dia 7 de Novembro se me balearem ou me envenenarem, estou disponível para levar esta missão avante (…), seja como for, se houver eliminação física de Venâncio quando eu chegar aí em Maputo, vocês sabem o que fazer”, declarou Mondlane há cerca de uma semana, em apelo dirigido aos seus apoiantes.
Apesar dessa promessa, Mondlane não está presente na “grande marcha” de hoje em Maputo?
Confirma-se que não. O candidato presidencial Venâncio Mondlane, que foi apoiado pelo partido Podemos (uma organização política até então extra-parlamentar) e que reivindica a vitória eleitoral, não está presente nas manifestações.
Entretanto, alguns internautas elogiam Mondlane pela “prudência”, sendo que outros o agradecem pelo facto de ter ouvido os apelos para que não estivesse na manifestação, face a um alegado risco de vir a ser assassinado.
“Como Moisés [referência a uma figura bíblica], ele não lutava com o povo, mas liderava-o”, escreve outro internauta.
Ainda nesta semana um alto dirigente do partido Podemos pediu a Mondlane, em nome da direcção da sua organização, para que não estivesse presente na “grande marcha” que o próprio convocou, por motivos de segurança.
“Se já tivemos a perda de Elvino, a perda do Paulo, e nessa altura, continuando a haver disparos, continuando a haver mortes, entendemos que pode haver aproveitamento para se fazerem disparos contra ele, e nós preferimos ele [Mondlane] vivo do que morto”, sublinhou Dinis Tivane, porta-voz do Podemos.
O responsável sustentou a sua tese com o argumento de que Mondlane, tendo um grande número de seguidores, “pode muito bem comandar o povo” à distância.
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Avaliação do Polígrafo África: