“Polícia Nacional [de Angola] aconselha: quem não fala inglês convém ficar em casa, porque os serviços secretos [norte-americanos] não falam português”, destaca-se na imagem de uma publicação amplamente disseminada nas redes sociais, do Facebook ao Instagram, TikTok e WhatsApp.
Em causa está um suposto apelo das autoridades policiais angolanas para que os cidadãos que não dominam a língua inglesa a ficassem confinados nas suas residências, durante a visita oficial do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, a Angola, entre os dias 2 e 4 de Dezembro.
A publicação exibe fotografias de supostos agentes dos serviços secretos dos EUA e um recorte da imagem do porta-voz da Polícia Nacional de Angola (PNA) em Luanda, Nestor Goubel.
O cartaz do alegado apelo da PNA difundido nas redes sociais gerou muitas reacções de indignação, por parte de angolanos que dizem tratar-se de um atropelo aos direitos dos cidadãos consagrados na Constituição da República de Angola.
“Esse mesmo é conselho de um responsável de comunicação e imagem da polícia”, indaga um interveniente. De seguida, outro internauta contesta e afirma que é “violação dos direitos humanos”.
É verdade que a PNA apelou os cidadãos que não têm domínio da língua inglesa a ficarem em casa?
Não. O facto é que a PNA não emitiu qualquer comunicado com esse teor, nem antes nem durante a visita oficial do Presidente dos EUA.
Na verdade, a única comunicação das autoridades policiais angolanas, rubricada pelo comandante-geral do órgão, Francisco Ribas, foi para decretar medidas de segurança nas províncias Luanda, Benguela e Kwanza-Sul.
“A Polícia Nacional (PN) considera de ‘risco elevado’ a visita a Angola do Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, e para tal ordenou aos comandos provinciais de Luanda, Benguela e Kwanza-Sul que redobrem as medidas de segurança rodoviárias, de videovigilância e de patrulhamento e ordem pública, sem descartar ‘a máxima atenção’ para eventuais cenários de desordem pública”, segundo noticiou o “Novo Jornal”.
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Avaliação do Polígrafo África: