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Do estilo de vida à vacinação: Como prevenir e tratar o HPV

O HPV é vírus responsável pela maioria dos casos de cancro do colo do útero e está associado a outras complicações. A vacinação é a mais eficaz forma de prevenção, mas não é a única.
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O Vírus do Papiloma Humano (HPV) tem mais de 200 subtipos, sendo responsável por inúmeras infeções, desde verrugas benignas na pele e mucosas até lesões pré-cancerosas e cancerosas, como, por exemplo, o cancro do colo do útero, uma doença que, em 2022, matou cerca de 350 mil mulheres em todo o mundo.

Por serem doenças que, muitas vezes, numa fase inicial, não têm sintomas associados, o risco de as infeções por HPV serem detetadas tardiamente, resultando em piores prognósticos, é mais elevado. Assim sendo, a prevenção é a chave na luta contra o vírus e as suas complicações.

Em declarações ao Polígrafo África, Denise Matoso, médica especialista em Obstetrícia e Ginecologia, explica como se pode prevenir e tratar as infeções por HPV.

Como prevenir infeções por HPV

As infeções por HPV são consideradas infeções sexualmente transmissíveis, pelo que uma das medidas de prevenção passa pela prática de “sexo seguro”, com a “utilização de preservativo durante todo o ato sexual”, começa por explicar Denise Matoso.

A médica consultada pelo Polígrafo África lembra que o ato sexual não se cinge à penetração e inclui também, por exemplo, “o sexo oral e o sexo anal”, durante os quais também pode haver transmissão de doenças.

Noutro plano, Denise Matoso considera que a vacinação contra o HPV é a medida preventiva mais importante por “promover a defesa do organismo contra a infeção” e diminuir o risco de complicações, como o cancro do colo do útero.

Além disso, a médica sublinha a importância de ir a consultas de ginecologia com regularidade e de realizar os exames preventivos, como o papanicolau (citologia) e o teste do HPV.

Segundo Denise Matoso, o teste do HPV permite identificar o tipo de vírus presente, classificá-lo como “de alto risco” ou de “baixo risco” e prever “o tipo de lesões que pode originar”, mesmo que não haja ainda qualquer lesão. Por outro lado, o papanicolau permite detetar lesões já existentes e classificá-las como sendo “precursoras ou não de cancro”.

Regra geral, indica a especialista em Ginecologia e Obstetrícia, o papanicolau deve ser realizado, pela primeira vez, 5 anos após a primeira relação sexual. Depois, deve ser feito, anualmente, durante “três anos consecutivos” e, daí em diante, pode-se “aumentar o espaçamento” e realizar o exame a cada “dois ou três anos”. Já o teste de pesquisa do HPV pode ser feito “a cada cinco anos”.

Noutro plano, assinala a médica, manter um estilo de vida saudável, que inclua uma “alimentação equilibrada” e a “prática de exercício físico”, também pode ajudar indiretamente na prevenção deste tipo de doenças, porque contribui para “reforçar a imunidade” da pessoa, tornando o organismo mais resistente a infeções.

Como se tratam as infeções por HPV?

O tratamento das infeções por HPV depende de vários fatores, nomeadamente “a idade, o local acometido, a quantidade de lesões e também as doenças ginecológicas que tenha em simultâneo”, esclarece Denise Matoso.

A médica ressalva que é frequente as pessoas testarem positivo para o HPV e não desenvolverem nenhuma lesão. Nesses casos, muitas vezes, o organismo acaba por “eliminar espontaneamente o vírus”, em alguns meses ou anos, sem necessidade de intervenção médica direta.

Quando já existem lesões, estas podem ser tratadas “por meio de cirurgia” ou por “tratamento químico”, através da administração de substâncias como o “ácido tricloroacético”, a “podofilina” e o “imiquimode”.

Por fim, se estas lesões forem cancerosas, tal como se explica no site da Organização Mundial da Saúde (OMS), o tratamento pode incluir  “cirurgia, radioterapia e quimioterapia, bem como cuidados paliativos para proporcionar cuidados de assistência e de controlo da dor”.

Pode saber mais sobre as causas, sintomas, consequências, prevenção e tratamento do HPV aqui.

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