O HPV (Vírus do Papiloma Humano) é um dos vírus sexualmente transmissíveis mais comuns, e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a maior parte das pessoas sexualmente ativas “serão infectadas em algum momento das suas vidas, normalmente sem sintomas”.
Em 90% das pessoas, “o organismo controla a infeção por si próprio”, pelo que é possível alguém ser infetado e nunca chegar a saber.
Embora, em muitos casos, as infeções por HPV não causem doença grave, nem apresentem sintomas evidentes, a OMS lembra que a infeção persistente por tipos de HPV de alto risco pode ter complicações graves.
Quais as complicações da infeção por HPV?
Existem mais de 200 subtipos de HPV, divididos em subtipos “de alto risco” e “de baixo risco”, dos quais 40 estão associados a problemas do trato anogenital.
Nos subtipos de HPV “de baixo risco”, as consequências mais comuns são o aparecimento de verrugas não cancerosas, que a OMS descreve como “pequenas protuberâncias ásperas que podem aparecer na vagina, no pénis ou no ânus e, raramente, na garganta”.
Estas verrugas “podem ser dolorosas, dar comichão, sangrar ou provocar inchaço das glândulas” e podem ser “removidas ou tratadas por ablação (congelação ou aquecimento) ou com cirurgia”.
No entanto, uma infeção por HPV persistente, sobretudo dos subtipos de HPV de alto risco (como o 16 e o 18), pode “provocar alterações nas células” e causar lesões pré-cancerosas que, quando não são tratadas a tempo, podem evoluir para cancro.
O cancro do colo do útero é o tipo de cancro mais associado ao HPV e pode ocorrer quando as lesões causadas pelo vírus no revestimento do colo uterino não são tratadas. Segundo os dados disponibilizados pela OMS, regra geral, “são necessários 15 a 20 anos para que o cancro do colo do útero se desenvolva após a infeção por HPV”.
Além disso, existem outros tipos de cancro também associados à infeção por HPV, nomeadamente “cancros da vulva, da vagina, da boca/garganta, do pénis e do ânus”.
Noutro plano, alguns estudos sugerem que as infeções por HPV podem também diminuir a motilidade dos espermatozoides e, por consequência, afetar a fertilidade masculina, mas são necessárias mais investigações para verificar se esses resultados são consistentes.
Para evitar as complicações associadas às infeções por HPV, nomeadamente o desenvolvimento de cancro, a OMS recomenda a “vacinação profilática contra o HPV” e o “rastreio e tratamento das lesões pré-cancerosas”.
Pode saber mais sobre as causas, sintomas, consequências, prevenção e tratamento do HPV aqui.